Todo brasileiro tem uma história com o café. Está na primeira xícara do dia, na pausa para conversar, no cheiro que invade a cozinha. Por trás desse hábito cotidiano, existe uma cadeia gigantesca de trabalho e impacto socioeconômico que merece reconhecimento.
No Dia Nacional do Café, celebrado em 24 de maio, homenageamos quem faz tudo isso acontecer: os produtores rurais e suas famílias, que transformam o grão em ponte entre o campo e o mundo.
Da história à liderança global
A história do café no Brasil remonta ao século XVIII, quando as primeiras mudas chegaram ao país. O que começou como uma cultura para consumo interno rapidamente se transformou no principal produto de exportação durante o Império e a República Velha. Essa trajetória secular de desenvolvimento técnico e adaptação permitiu que o Brasil mantivesse sua posição de liderança mesmo com a entrada de novos competidores globais.
Com cerca de 25% da produção global, o Brasil se mantém como maior produtor e exportador há mais de 150 anos, graças à diversidade de suas mais de 30 regiões produtoras. Essa variedade resulta em perfis sensoriais únicos. As diferentes altitudes, microclimas e métodos de processamento contribuem para o desenvolvimento de cafés com características distintas, que atendem às preferências de consumidores em todo o mundo.
Além da produção, o Brasil também se destaca na pesquisa e desenvolvimento de novas variedades. Instituições como a Embrapa e o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) desenvolveram cultivares resistentes a pragas e adaptadas a diferentes condições climáticas, contribuindo para a sustentabilidade e competitividade do setor. Esse pioneirismo em pesquisa agrícola representa um diferencial estratégico para o café brasileiro no cenário internacional, fortalecendo ainda mais nossa agricultura familiar.
Raízes que sustentam o café brasileiro
De acordo com o IBGE, mais de 80% das propriedades cafeeiras estão nas mãos da agricultura familiar. Essas famílias são pioneiras em práticas como manejo integrado de pragas, cultivo sombreado e sistemas de reaproveitamento de água.
A estrutura familiar permite um cuidado artesanal com cada etapa do processo produtivo, desde a seleção das mudas até a colheita seletiva dos grãos. Esse modelo de produção, característico do Brasil, combina o respeito às tradições locais com a capacidade de adaptação às demandas do mercado.
O café funciona como propulsor da economia nacional, gerando milhares de empregos diretos e indiretos. Um dado curioso: a Colômbia, referência mundial em café, também importa café brasileiro. Hoje, nossos grãos chegam a mais de 120 países, levando um pouco da cultura brasileira para os cinco continentes.
Evolução que preserva a origem
A tradição cafeeira brasileira se reinventa a cada safra. Saberes ancestrais se combinam com inovação em técnicas de cultivo e processamento, resultando em cafés cada vez mais diversos em perfil, características e identidade.
Produtores investem em métodos inovadores de fermentação, secagem e torra que exploram o potencial natural dos grãos e permitem experiências sensoriais distintas. Essa transformação tem contribuído para que o café brasileiro seja percebido internacionalmente de forma mais ampla, valorizando sua origem e versatilidade.
Nós, da Atlantica Coffee, colaboramos com o fortalecimento dessa cadeia produtiva há mais de duas décadas. Trabalhamos lado a lado com produtores para garantir que o café cultivado com responsabilidade e dedicação chegue às mesas internacionais, mantendo sua essência e suas particularidades.
Neste 24 de maio, reconhecemos mais do que uma data comemorativa. Celebramos a trajetória do café brasileiro, que começa no campo e alcança os mercados internacionais. Uma história construída com trabalho familiar, dedicação e constante evolução. Uma rede de pessoas, saberes e inovações que fazem do café um dos grandes embaixadores do Brasil no mundo.