A estiagem prolongada tem afetado as principais regiões cafeeiras do Brasil, podendo impactar uma das fases mais importantes da produção: a florada do café, crucial para a definição da safra futura. Além da falta de chuvas, as altas temperaturas também impactam as plantas, que podem sofrer com estresse térmico.
Nos últimos anos, a cafeicultura brasileira enfrentou desafios ainda maiores devido às mudanças climáticas. Fenômenos como La Niña e El Niño agravaram a situação, tornando as chuvas mais irregulares e elevando as temperaturas acima do esperado. Durante o último inverno, por exemplo, temperaturas acima de 30ºC por tempo prolongado prejudicaram tanto o desenvolvimento das lavouras quanto o processo de secagem dos grãos, especialmente na produção de café cereja descascado.
Órgãos meteorológicos de renome mundial alertam que as mudanças climáticas continuarão a impactando a agricultura global. Diante desse cenário, práticas eficientes, como a adoção de métodos de irrigação, auxiliam na mitigação desses impactos na cafeicultura.
Métodos de irrigação na cafeicultura
A irrigação desempenha um papel importante na manutenção da produtividade em tempos de mudanças climáticas. Os dois principais métodos utilizados são o gotejamento e a aspersão, cada um com suas características específicas.
O gotejamento se destaca pela sua eficiência no uso da água, aplicando-a diretamente na zona das raízes das plantas. Esse sistema minimiza perdas por evaporação e escoamento, sendo ideal para regiões com escassez hídrica. Além disso, permite a distribuição uniforme da água e a aplicação de nutrientes (fertirrigação), aumentando a eficiência no manejo da lavoura e gerando economia no uso da água e nos custos operacionais.
Fonte:(https://souagro.net/noticia/2023/07/cafeicultor-sai-de-7-para-80-sacas-por-hectare-com-irrigacao-por-gotejamento/)
Por outro lado, temos a irrigação por aspersão, que é um método que simula a chuva, distribuindo a água em forma de gotículas por toda a área de plantação. Esse sistema é ideal para áreas amplas e com topografia uniforme, já que a aspersão tem potencial de cobrir grandes áreas.
Fonte: (https://blog.verde.ag/pt/nutricao-de-plantas/irrigacao-produtividade-do-cafe/)
Na aspersão, a água é lançada no ar e cai sobre as plantas e o solo de forma uniforme, irrigando tanto a área ao redor do cafeeiro quanto o próprio solo onde a planta está inserida. No entanto, a irrigação por aspersão exige um monitoramento cuidadoso para evitar desperdícios de água, principalmente em dias de muito vento ou calor excessivo, que podem aumentar a evaporação. Para maximizar a eficiência, é fundamental que o sistema seja ajustado às condições específicas de cada área, levando em conta a topografia e a disponibilidade de água do local.
Sustentabilidade no campo
A irrigação é importante, mas sozinha não garante a resiliência da cafeicultura. Para que as atividades no campo sejam sustentáveis a longo prazo, é necessário priorizar o uso consciente dos recursos naturais e a preservação ambiental. Assim, a sustentabilidade deve guiar todas as práticas agrícolas, assegurando que o impacto das mudanças climáticas seja minimizado, enquanto a saúde e produtividade das lavouras são mantidas.
O Programa Mutua, da Atlantica, contribui nesse processo. Através de suporte técnico e planejamento, incentiva a preservação de matas e nascentes, que são essenciais para a manutenção dos recursos hídricos e o equilíbrio ecológico. A proteção das nascentes promove a disponibilidade de água para a irrigação das plantações, contribuindo para a sustentabilidade das lavouras. Com a implementação eficaz dessas práticas, os produtores beneficiam não só suas plantações de café, mas também todo o ecossistema ao redor das fazendas, promovendo um ciclo de sustentabilidade que assegura a saúde das lavouras e dos recursos naturais.