Do campo para mundo: jornada global do café  | Atlantica
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Do campo para mundo: jornada global do café 

por out 1, 2024Coffee0 Comentários

O café, uma das bebidas mais apreciadas no mundo, tem uma história que se estende por séculos e atravessa continentes. Uma lenda famosa sobre suas origens vem da Etiópia, onde um pastor chamado Kaldi observou algo curioso: suas cabras pareciam mais animadas após comerem os frutos vermelhos de um arbusto. Intrigado, Kaldi experimentou os frutos e logo sentiu o mesmo efeito revigorante. Essa história chegou a um monge local, que passou a usar os grãos para se manter acordado durante longas noites de oração. 

Assim, o café iniciou sua jornada na Etiópia, onde, antes de se tornar a bebida que conhecemos, os grãos eram mastigados com gordura para fornecer energia durante viagens e atividades do cotidiano. Porém, foi no mundo árabe que o café passou por sua primeira grande transformação. Os grãos começaram a ser torrados, moídos e fervidos, o que aprimorou seu sabor e liberando as propriedades estimulantes da cafeína, tornando a bebida quente uma experiência ainda mais revigorante. Essa nova forma de preparo fez do café uma bebida essencial em cidades como Meca e Cairo. 

Com o crescimento da popularidade no Oriente Médio, o café assumiu um papel central nas interações sociais e religiosas. As rotas comerciais árabes facilitaram sua disseminação para outras regiões. Assim, o café deixou de ser apenas um alimento e se transformou em um verdadeiro símbolo cultural, marcando presença em encontros e discussões importantes. 

Mas como essa bebida, que já era tão relevante no Oriente Médio, conseguiu conquistar o resto do mundo? 

A expansão pela europa e o surgimento das coffee houses 

No século XVII, o café começou a conquistar a Europa, trazido pelas rotas comerciais árabes, e chegou primeiro a cidades como Veneza e Amsterdã. Inicialmente, ele era visto como um produto exótico, reservado às classes mais altas, mas logo se espalhou por outras capitais europeias. 

Em cidades como Paris, Londres e Viena, surgiram as primeiras coffee houses, que rapidamente se tornaram pontos de encontro para intelectuais, artistas, filósofos e políticos.  

Fonte:(https://www.ggarchives.com/Epicurean/CoffeeAndTea/EarlyParisianCoffeeHouses-1922.html)

Esses lugares foram fundamentais para o intercâmbio de ideias. Na França, por exemplo, algumas dessas reuniões nas coffee houses de Paris acabaram sendo precursoras de movimentos revolucionários, demonstrando o poder cultural que o café adquiriu ao longo dos anos. 

O papel do café nas Américas e a ascensão do Brasil 

Enquanto o café ganhava força na Europa, sua expansão também se direcionou ao Novo Mundo. No século XVIII, a bebida chegou às Américas, onde encontrou um ambiente propício para o cultivo, especialmente nas colônias caribenhas e, posteriormente, na América do Sul. O café chegou ao Brasil em 1727 e, com o clima ideal, o país rapidamente se tornou o maior produtor mundial da bebida, impulsionando economias locais e estabelecendo uma das maiores indústrias de exportação do Brasil. Além do Brasil, países como Colômbia e Etiópia também experimentaram crescimento econômico significativo devido ao cultivo, o que gerou empregos e desenvolvimento em suas regiões. 

Fonte:(https://reservagourmet.wordpress.com/tag/historia-do-cafe)

Culturalmente, o café se tornou um elemento central nas tradições e hábitos sociais brasileiros, representando um momento de confraternização e união entre amigos e familiares. Com o aumento da produção, o Brasil não só abasteceu o mercado global, mas também desempenhou um papel importante ao integrar o café em diferentes regiões ao redor do mundo. Hoje, o país continua sendo o maior exportador de café, com grãos brasileiros chegando a todos os continentes e contribuindo fortemente para o mercado internacional. 

A influência cultural do café: Dos Estados Unidos à Ásia e o movimento sustentável 

Nos Estados Unidos, o café ganhou popularidade e se tornou parte do estilo de vida americano após o boicote ao chá no Boston Tea Party, em 1773, quando colonos protestaram contra a Taxa do Chá britânica, jogando caixas de chá no porto de Boston. Desde então, o consumo de café aumentou, impulsionado pela busca por uma alternativa ao chá, e hoje é difícil imaginar o dia a dia americano sem uma xícara de café. Redes como a Starbucks, por exemplo, mudaram a forma como a bebida é consumida, e os EUA são hoje um dos maiores consumidores de café no mundo, com impressionantes 400 milhões de xícaras sendo consumidas diariamente. 

Fonte:(https://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/starbucks-cafzinho-globalizado.html#google_vignette)

O café se tornou um símbolo de socialização, com cafeterias servindo como espaços de encontro e discussão em diversas comunidades. Enquanto os EUA se destacam como um dos maiores consumidores, o Vietnã emergiu como um dos principais produtores, especialmente da variedade robusta, muito usada em cafés solúveis. Ao mesmo tempo, o consumo começou a crescer em países como Japão, China e Coreia do Sul, onde as cafeterias modernas se tornaram verdadeiros centros culturais. Essa expansão do consumo, impulsionada pela urbanização e pela cultura de café, ajudou a solidificar a importância econômica do café em diversas regiões do mundo. 

A “terceira onda” do café, um movimento que valoriza a origem, a qualidade e a sustentabilidade, trouxe uma nova perspectiva para a bebida, especialmente em mercados como os Estados Unidos, Japão e Austrália. Esse movimento aproximou produtores e consumidores, promovendo práticas de comércio justo e métodos de cultivo sustentáveis, como o plantio de café à sombra e a preservação de florestas. 

O café como símbolo de conexão global 

O café, mais do que uma bebida, é um elo entre culturas e continentes. Sua jornada, que começou nas montanhas da Etiópia e se espalhou pelo mundo, reflete sua capacidade de unir pessoas, tradições e histórias. Cada xícara de café que tomamos carrega consigo um pedaço dessa rica história global. 

Na Atlantica Coffee, temos orgulho de fazer parte dessa tradição, conectando produtores brasileiros ao mundo e levando o melhor do café verde a diferentes mercados. Nossa missão é mais do que exportar café; é compartilhar a riqueza de sabores, histórias e tradições que acompanham cada grão. Neste Dia Internacional do Café, celebramos essa herança que continua a inspirar e conectar gerações em todo o mundo.