O processo de classificação do café verde para exportação é fundamental para garantir que cada lote atenda aos diferentes padrões exigidos pelos mercados internacionais. Ele vai além da simples triagem, desempenhando um papel crucial na qualidade e consistência do produto que chega ao consumidor.
A precisão no processo também reduz riscos comerciais e minimiza chances de rejeição, assegurando que o café chegue com a qualidade esperada.
Assim, a classificação se torna a base para a criação dos lotes que seguirão para os mais de 100 destinos atendidos pela Atlantica Coffee.
Triagem manual: A primeira etapa para garantir qualidade
A triagem manual é a primeira etapa no processo de classificação do café verde. Nessa fase, trabalhadores especializados selecionam os grãos, separando defeitos visíveis como grãos brocados, quebrados, ardidos, entre outros. Para conhecer mais, clique aqui e baixe nosso Guia de Defeitos.
Impurezas como pedras e galhos também são retiradas para uma prova mais limpa do café e para que o processo de torra não seja comprometido. Essa triagem inicial é necessária para identificar os perfis sensoriais do lote recebido, o que impacta na formação dos blends para diferentes mercados.
Peneiras: Classificação por tamanho e densidade
Após a triagem por defeitos, os grãos passam pela classificação por peneiras. Nesse processo, os grãos são separados de acordo com seu tamanho. No Brasil, utilizamos a seguinte escala: Moka, 14/16, 17/18e 18 acima.
Essa separação é importante especialmente no processo de torra: grãos desuniformes podem comprometer o perfil da bebida, pois grãos menores atingem o ponto ideal de torra mais rapidamente que os maiores, resultando em uma torra desigual e potencialmente prejudicando o sabor final.
Teste de torra: encontrando o perfil ideal
Para encontrar o perfil de torra ideal para um café, ele é torrado várias vezes. Primeiro, realiza-se uma torra padrão para detectar suas características iniciais; em seguida, testam-se diferentes perfis para alcançar o máximo potencial do lote, preservando e realçando suas qualidades da melhor forma. Cada perfil de torra pode destacar ou prejudicar os atributos do café, tornando esse processo uma prática de habilidade e paciência, com o resultado final avaliado por meio do cupping. Para padronizar a torra, utiliza-se a curva de torra — um gráfico gerado por um computador conectado ao torrador, que registra a receita para futura replicação. Esse processo é muito comum na classificação de cafés especiais.
Durante a torra, o café adquire uma coloração amarela e passa por reações químicas cruciais para a formação do sabor. Ao atingir o “primeiro pop”, que marca o início da liberação de energia acumulada, o processo entra na fase final, com a redução da temperatura do torrador para preservar as reações já iniciadas.
Cupping: Avaliando as qualidades sensoriais do café
O cupping é uma das etapas mais importantes na classificação. Neste processo, amostras do café torrado são avaliadas por especialistas que identificam os atributos sensoriais do café.
Para enfrentar esse desafio, a Atlantica Coffee desenvolveu sua própria roda sensorial para classificar e denominar suas linhas de café. Nas rodadas de cupping, definimos quais cafés se encaixam em cada grupo, avaliando acidez, nível de doçura, corpo, entrada e finalização a cada xícara.
Durante o processo, podem ser identificados defeitos no café, como sabores indesejados provenientes de problemas durante o cultivo, processamento ou torra. Esses defeitos podem incluir sabores de terra, mofado, queimado ou outros que comprometem a qualidade do café.
Com a criação da roda sensorial, foram definidos os seguintes tipos de café: Fine Cup, Good Cup e Rio Minas, cada um com linhas distintas. Essa metodologia própria assegura uma classificação precisa e adaptada às especificidades dos cafés brasileiros.
Tecnologia a serviço da classificação: Como as máquinas garantem a precisão
Após as etapas manuais, a equipe emite uma guia de maquinação ao armazém, para que o lote seja classificado de acordo com as especificações identificadas porém em grande escala. Para isso, os armazéns utilizam de tecnologias avançadas para otimização e agilidade do processo. Equipamentos de alta precisão, como mesas densimétricas, máquinas de limpeza para remover impurezas e sistemas de seleção eletrônica por cor, são empregados para classificar os grãos com base em características especificadas. Esses processos são capazes de separar automaticamente grãos defeituosos, melhorando a precisão da triagem.
Esses processos mecanizados complementam a triagem manual, aumentando a eficiência e consistência na classificação. Enquanto a triagem manual faz uma avaliação detalhada de cada grão, a automatização permite processar grandes quantidades em menor tempo, o que seria impossível realizar com a mesma rapidez apenas com mão de obra. A automatização também assegura uma padronização rigorosa dos lotes, minimizando variações entre eles.
Preparação para exportação
Com a classificação final concluída, os grãos de café são preparados para o transporte internacional. Essa etapa é executada com cuidado para que os grãos não sofram danos e cheguem ao destino final em perfeitas condições. Durante o ensacamento, cada lote recebe etiquetas detalhadas, com informações sobre o tipo de café, a origem e a data de processamento.
Esses cuidados asseguram a rastreabilidade, permitindo que os compradores internacionais acompanhem o trajeto do café, desde a fazenda até o destino final. A embalagem escolhida depende de fatores como a quantidade comprada e a capacidade de armazenamento do cliente no destino final.
Atualmente, a Atlantica Coffee utiliza quatro tipos principais de embalagem para o café: sacaria de juta, bulk, alphabags e sacaria de juta com grain pro. Embora as máquinas ajudem a depositar os grãos nas embalagens, o processo ainda conta com um toque humano, assegurando que cada embalagem seja corretamente selada e rotulada, mantendo a integridade do produto até a entrega.
Compromisso com a qualidade e transparência
Desde a triagem manual até a embalagem final, a Atlantica Coffee combina tecnologia e expertise humana para garantir que os grãos mantenham a qualidade desde a origem. Este processo não só assegura a entrega de lotes padronizados, mas também fortalece nossa transparência e compromisso com a rastreabilidade. Ao fazer isso, entregamos cafés que atendem aos perfis específicos de cada mercado, conquistando a confiança de nossos parceiros em mais de 100 destinos ao redor do mundo.