Diversidade de Terroirs no Café Brasileiro  | Atlantica
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Diversidade de Terroirs no Café Brasileiro 

por ago 29, 2024Sem categoria0 Comentários

Com mais de 30 regiões produtoras, o Brasil se destaca no cenário global como um dos maiores e mais variados produtores de café. Mas o que realmente define a característica de cada lote produzido? 

O vasto território do Brasil oferece diferentes condições climáticas e tipos de solo, que se refletem diretamente na produção. Essa variedade de fatores naturais deu origem ao conceito de “terroir”, amplamente reconhecido no mundo do vinho e agora também no mundo do café. O terroir abrange essencialmente os elementos naturais e humanos que influenciam a produção, incluindo altitude, temperatura, umidade, clima, tipo de solo, técnicas de cultivo e métodos de processamento. 

O papel do terroir na cafeicultura 

Terroir é a combinação de fatores naturais e práticas agrícolas que moldam o perfil de sabor do café. Embora o manejo cuidadoso e as técnicas de processamento empregadas pelos produtores sejam cruciais para a qualidade, o terroir fornece a base para a diversidade de sabores em diferentes regiões do Brasil. 

Por exemplo, a altitude afeta a densidade e a acidez dos grãos, enquanto a temperatura e a umidade afetam o amadurecimento e o desenvolvimento do sabor. O tipo de solo, por sua vez, determina o sabor único e a complexidade aromática. O terroir não é, portanto, apenas o ambiente em que o café é cultivado, mas também um elemento essencial na criação de sabores únicos e diversos. Decisões estratégicas, como o momento da colheita e os métodos de processamento, desempenham um papel crucial para garantir uma colheita que atenda às expectativas dos consumidores em todo o mundo. 

A diversidade das regiões produtoras de café no Brasil 

Na Atlantica Coffee, trabalhamos com as mais tradicionais áreas produtoras do país, selecionando cafés que evidenciam as qualidades regionais e atendem às expectativas de consumidores em mais de 40 países. Cada uma dessas regiões tem características únicas que influenciam diretamente o perfil dos cafés produzidos, refletindo a diversidade de sabores que encontramos em cada lote, como veremos a seguir: 

Matas de Minas 

Também conhecida como Zona da Mata, a região das Matas de Minas é uma das mais tradicionais na produção de cafés no Brasil. Situada em Minas Gerais, dentro da Mata Atlântica, essa região é composta por 64 municípios e apresenta altitudes que variam de 600 a 1.500 metros. A topografia irregular demanda um manejo menos mecanizado e mais artesanal, o que contribui para a produção de cafés com nuances e sabores diversificados. 

A umidade da região influencia diretamente o sabor dos grãos, resultando em cafés com características marcantes, como o perfil Rio, muito apreciado no Leste Europeu, Argentina e Oriente Médio. Além disso, a implementação de processos pós-colheita adaptados à umidade tem permitido à região produzir cafés com sabores mais complexos e refinados. 

Sul de Minas  

O Sul de Minas, a maior região produtora de café do Brasil, é famoso pelo seu terroir único. Com altitudes que chegam a 1.400 metros e um clima ameno, com temperaturas médias entre 18 e 20°C, a região se beneficia da influência da Serra da Mantiqueira, que cria microclimas ideais para o cultivo do café. Aqui, grande parte da produção é artesanal, com pequenos e médios produtores dedicados a cuidar de cada detalhe do cultivo. Esse cuidado se reflete muitas vezes em cafés mais finos, com perfis complexos de sabor. 

Com mais de 400 mil hectares de café em produção, o Sul de Minas se destaca na exportação de grãos e mantém uma reputação global. O selo de Denominação de Origem Mantiqueira de Minas, que cobre 25 municípios, é uma prova da autenticidade e do valor desse terroir.  

Cerrado Mineiro 

A Região do Cerrado Mineiro, localizada no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, é a primeira do Brasil a receber a Denominação de Origem (DO) para seu café, destacando-se pela excelência e características singulares. Composta por 55 municípios, a região possui altitudes que variam de 800 a 1.300 metros e apresenta condições climáticas bem definidas, que favorecem a maturação uniforme dos grãos e contribuem para a qualidade superior do café produzido. 

Diversas variedades são cultivadas, incluindo Bourbon, Topázio, Icatu, Paraíso e Caturra, mas a região se destaca especialmente na produção das variedades Mundo Novo e Catuaí.  

Alta Mogiana 

A região da Alta Mogiana, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo, destaca-se por suas altitudes entre 800 e 1.000 metros e um clima tropical com temperaturas médias de 21°C no verão e 17°C no inverno. Desde seu desenvolvimento na década de 1880, impulsionado pela ferrovia e imigração, a região se consolidou como um polo cafeicultor, combinando tradição e modernidade.  

Hoje, os grãos da Alta Mogiana frequentemente superam 85 pontos nas avaliações da Associação Brasileira de Cafés Especiais. Os municípios, como Claraval e Cássia, abrigam propriedades pequenas, mas altamente tecnológicas. A Indicação de Procedência (IP) assegura a autenticidade e a qualidade dos cafés, com a Alta Mogiana Specialty Coffee (AMSC) garantindo a proteção e valorização da identidade dos cafés especiais. 

Oeste da Bahia 

 O Oeste da Bahia, localizado no bioma Cerrado, possui altitudes de 700 metros, solos profundos e diversificados, e um relevo de chapadas e vales. O clima tropical, com períodos de chuvas de outubro a abril e meses secos, favorece a prática da cafeicultura irrigada, essencial para manter a produtividade durante a estação seca. Além disso, a topografia plana permite a colheita mecanizada, facilitando o manejo em grandes propriedades. A produção é marcada pela variedade Arábica, especialmente o Catuaí Vermelho, que resulta em cafés com corpo acentuado, doçura leve, sabor frutado e aroma floral. 

Em 2019, a região conquistou a Indicação de Procedência (IP), reconhecendo e protegendo as características únicas da cafeicultura local. A Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafe) desempenha um papel crucial na organização e apoio aos produtores, garantindo a manutenção dos padrões de qualidade. 

Norte de Minas 

O Norte de Minas, próximo à divisa com a Bahia, está se destacando como um polo emergente de produção de café. Essa região se beneficia da irrigação e de tecnologias avançadas, que ajudam a maximizar a produção. Com um clima seco, precipitações anuais variando entre 600 e 900 mm e baixa umidade em algumas épocas, a irrigação sistemática desempenha um papel crucial ao fornecer água de forma controlada para as lavouras. 

Com altitudes variando entre 700 e 900 metros, os solos apresentam bom nível de argila em vegetação de mata seca e terras plano-onduladas,  propiciando a mecanização e a profissionalização da cafeicultura nas terras do sertão. A temperatura média anual de 22 a 24°C requer o plantio intercalado com árvores, geralmente mogno africano, a fim de trazer área sombreada para o café, tornando o microclima propício para o cultivo. As principais variedades cultivadas incluem Catuaí, Catucaí Amarelo e Arara, que demonstram boa qualidade e resistência a doenças, embora o custo de produção seja elevado devido às necessidades de irrigação e manejo especializado. 

Chapada de Minas 

A região da Chapada de Minas, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é notável pela qualidade de seus cafés. Localizada a altitudes que variam entre 700 e 1.300 metros, apresenta um clima com temperaturas médias entre 16 e 22°C. O solo argiloso, aliado à vegetação do cerrado e a um regime de chuvas intensas e períodos secos, cria condições ideais para a produção de cafés com sabores distintos e únicos. 

O cultivo ocorre em planaltos e colinas ondulantes, com técnicas que incluem o cultivo na sombra proporcionado por árvores ao redor, resultando em grãos com uma doçura especial e notas diferenciadas. A região tem se destacado por seu compromisso com práticas agrícolas que garantem a qualidade superior dos cafés, refletindo a combinação de fatores climáticos e de solo favoráveis ao desenvolvimento do grão. 

A Importância do terroir para o mercado internacional 

A diversidade de terroirs não só enriquece a experiência cafeeira, mas também coloca o Brasil em posição de destaque no mercado global. Na Atlântica valorizamos esta riqueza e temos o compromisso de compreender e selecionar grãos que reflitam as características únicas de cada região produtora. Nosso compromisso é garantir que cada lote de produto atenda às expectativas dos consumidores de todo o mundo, mantendo a autenticidade dos sabores regionais.