Relatório Semanal Mercado de Café no Brasil – 19 a 23 de agosto de 2024 | Atlantica
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Relatório Semanal Mercado de Café no Brasil – 19 a 23 de agosto de 2024

por ago 23, 2024Relatório de mercado0 Comentários

KCNY e câmbio

As cotações do café na bolsa de Nova York continuam voláteis e com aspecto altista. Após seis sessões de ganhos, na quinta-feira (22) o mercado fechou em baixa, porém retornou aos ganhos nessa sexta (23). Na semana, a mínima para o vencimento dezembro/24 foi 241,00 centavos de dólar por libra peso e a máxima 253,30, encerrando em alta cotado a 247,30, com oscilação de 1230 pontos. 

Evolução das cotações do vencimento dezembro/24 desde 01/01/24. Fonte: Barchart.

No câmbio, as cotações do dólar oscilaram bastante e ficaram cotadas entre R$5,3765 e R$5,5954. O real vinha desenvolvendo bem contra o dólar perante outras moedas emergentes, porém desconfortos com o Banco Central Brasileiro e dados americanos colaboraram para a moeda perder força perante o dólar. 

A Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) divulgou nesta sexta (23) o relatório com posicionamento de Traders no mercado, referente à semana encerrada na terça (20), relatando a reversão de redução de posição de cinco semanas seguidas, aumentando seu saldo comprado em 4.514 lotes, apresentando um saldo comprado de 43.474 lotes, versus o saldo anterior de 38.960 lotes em 13/08. 

Os estoques certificados encerraram essa sexta-feira (23) totalizando 844.145 sacas de 60kgs, ainda restando 28.585 sacas pendentes de aprovação. Brasil é atualmente a origem com maior volume de cafés certificados, que representam mais de 48% dos estoques, seguido por Honduras com 13,67%, Nicaragua com 13,31% e Peru com 10%. 

Dezembro/24: Mín: 241,00 | Máx: 253,30 | Último: 247,30 
BRL/USD: Mín: 5,3765 | Máx: 5,5954 | Último: 5,4831 

*Dados até a finalização deste relatório 


CLIMA

Uma nova frente fria, formada no Sul do Brasil, deve atingir algumas regiões cafeeiras neste sábado. No final de semana, ela avançará para o estado de São Paulo e seguirá ao longo do litoral da região Sudeste. 

Há possibilidade de chuvas leves no Sul de Minas, Zona da Mata, Mogiana e Garça. A massa de ar polar que acompanha a frente fria provocará uma leve queda nas temperaturas máximas em algumas regiões, mas sem previsão de geadas. 

Previsão de chuvas para a semana: 

Região Sul de Minas: entre 5 e 10 mm. 

Região Zona da Mata: entre 5 e 10 mm. 

Região do Cerrado: Não há previsão de chuvas 

Região Alta Mogiana: entre 1 e 5 mm. 

Região de Garça: entre 1 e 5 mm. 


MERCADO DOMÉSTICO E FOB

Com as fortes altas das cotações do café em NY ICE e as oscilações do dólar, no mercado interno é possível ver muitas ofertas em preços historicamente altíssimos para o período. Vendedores continuam com o sentimento de que o produto deveria valer mais e, muitas vezes, querem aguardar um preço melhor, enquanto compradores aguardam até o último momento para cobrir suas posições. Para o mercado FOB, as demandas continuam tímidas. Ha um alargamento expressivo dos diferenciais entre graúdos e MTGB, ainda que a expectativa de alguns compradores esteja distante das ofertas. Fatores como dificuldades logísticas e atrasos de maquinação em armazéns tem tornado mais difíceis embarques de curto prazo. Para o rio minas, a reposição no mercado interno não subiu tanto como os cafés bebida, abrindo um pouco os diferenciais e melhorando as ofertas, ainda que em flat price os preços ficaram acima da expectativa dos compradores, alguns negócios foram reportados. 

No mercado interno, as pedidas dos vendedores são como abaixo: 

  • Bebida dura bica good cup na casa de R$1.450,00; 
  • Bebida dura bica fine cup por volta de R$1.500,00; 
  • Rio Minas bica corrida entre R$1.170,00 e R$1.200,00; 
  • 600 defeitos chegou a ser cotado a R$1.330,00; 

LOGÍSTICA

A pouca oferta de equipamentos padrão alimento voltou a prejudicar as exportações e algumas programações foram canceladas. A MSC (MEDITERRANEAN SHIPPING DO BRASIL) foi o operador marítimo com maior restrição. O cenário de alocação nos navios com saída no final de agosto, setembro e início de outubro também se mostra cada vez mais crítico para os principais destinos da Europa e América do Norte. 

  • Em julho, 60% dos navios com café para exportação enfrentaram alterações de escalas e atrasos nos principais portos do Brasil, envolvendo 167 de 277 embarcações. O Porto de Santos (SP) registrou o maior tempo de espera, com até 55 dias, e o maior índice de atrasos, afetando 77% dos porta-contêineres. Esses dados são do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX em parceria com o Cecafé. 
  • De acordo com o portal Globo Rural, o setor portuário brasileiro está em alta, com fusões e aquisições em negociação que somam cerca de R$ 7 bilhões, impulsionadas pelo interesse de investidores estrangeiros. A atratividade se deve à ligação dos portos com o agronegócio, o setor de óleo e gás, e a busca de consolidação por grandes operadores globais.