História do café no Brasil | Atlantica
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História do café no Brasil

por maio 28, 2024Sem categoria0 Comentários

Chegando a mais de 120 países por ano e presente em quase todas as casas no mercado interno, o café do Brasil desempenha um papel fundamental no mercado cafeeiro. Tudo isso teve início depois de uma viagem de um brasileiro à Guiana Francesa, o que não se imaginava na época é que o Brasil se tornaria o maior produtor e exportador de café do mundo.

Fato é que existem muitas histórias de como o plantio começou no Brasil, mas essa certamente é a que mais chama atenção e também a mais famosa: o sargento Francisco de Melo Palheta ganhou uma muda de café como um presente “escondido” pela senhora Orvilliers, esposa do governador da capital da Guiana Francesa, em sua visita ao país.

Os primeiros cafés cultivados no Brasil

Atualmente, o Sudeste do Brasil é a principal região produtora de café, mas nem sempre essa foi a realidade. Tudo começou no norte do país, mais especificamente no estado do Pará. Assim que chegou no país, Palheta fez o plantio da muda na região, chamando atenção dos outros produtores, fazendo com que o estado chegasse a ter mais de mil pés cultivados.

Por muitos e muitos anos, esse cultivo foi direcionado apenas ao consumo interno no Brasil. Foi em 1776 que começou a migração para outros estados e a produção de café chegou ao Rio de Janeiro, dando início a propagação pelo Sudeste. Porém, a grande disseminação do café no Brasil aconteceu entre o século XIX e o século XX, quando a produção foi impulsionada devido à crise do Ouro em Portugal e com os produtores buscando novas alternativas ao cultivo de cana-de-açúcar. O Brasil, então, começava uma história de sucesso.

O cultivo avançou de tal forma que o café se tornou o principal produto de exportação da época. Até o início do século XX, toda a economia brasileira girava em torno das lavouras cafeeiras que começavam a ganhar espaço também em São Paulo.

Os desafios da Grande Depressão

O Brasil avançava com a produção e começava a conquistar também o cenário do consumo internacional, com os Estados Unidos tendo grande representatividade nesse mercado. O café brasileiro já chegava também na Europa, mas os americanos já tinham a bebida como uma das favoritas, sendo o principal importador dos cafés do Brasil.

Porém em 1929 as coisas começaram a mudar com a grande crise econômica que começou justamente no maior consumidor de café do mundo, os Estados Unidos. A “Grande Depressão”, como ficou conhecido o momento histórico, trouxe problemas do campo à

xícara. Com o povo americano sentindo impactos no poder aquisitivo e alto nível de desemprego, a superoferta do produto trouxe grandes problemas para a indústria cafeeira.

Nos Estados Unidos, a quebra financeira afetou toda a produção agrícola do país. Não seria diferente com as importações, e o mercado do café se viu com uma superoferta do produto, o que posteriormente resultou na quebra da Bolsa de Nova York. A falta de política pública eficiente e o cenário de caos justificaram a paralisação das atividades.

Com este cenário, o presidente do Brasil da época, Getúlio Vargas, buscando pela alta nos preços e ajuste no mercado, ordenou a queima de mais de 60 milhões de sacas de café. A ideia não foi bem vista em um primeiro momento, mas a história mostra que a balança comercial atingiu a marca de US$ 445 milhões de lucro.

Revolução na produção

As crises econômicas, a Bolsa sem operar e os impactos da Segunda Guerra trouxeram uma verdadeira revolução para a produção agrícola global. No Brasil, o “produto de ouro” que era o café, começou a perder espaço para outros produtos, mas ainda assim continuou avançando, chegando até o Paraná.

Os anos passaram e muita coisa se consolidou, mas também mudou a história do café. O estado do Paraná por muito tempo se manteve como principal estado produtor do país, até que a geada de 1975 devastou as lavouras e muitos cafeicultores acabaram migrando para outras áreas, retornando ao Sudeste, sobretudo em Minas Gerais, indo além do sul mineiro e chegando a região do Cerrado, área até então desconhecida e que muitos não acreditavam ser apta para o cultivo de arábica.

As intempéries climáticas fizeram com que as pesquisas cafeeiras avançassem e buscassem cultivares mais resistentes às mudanças. Com novas tecnologias e técnicas de plantio, foi questão de tempo para o Brasil se consolidar como maior produtor e exportador de café do mundo.

Ondas do café

Quando tudo estava andando bem nas lavouras, o mercado chamou atenção para as ondas de consumo. As famosas “ondas de café” mostraram década após década que o consumidor final ficava mais exigente e que era possível sim fazer uma bebida com qualidade diferenciada.

Mais uma vez, foi os Estados Unidos que impulsionou essa mudança. Traçando uma linha do tempo, a primeira onda aconteceu em 1800 quando a bebida foi descoberta pela indústria. Em 1960, tivemos o início da segunda onda: Chegava ao mercado uma grande rede americana de cafeterias. A partir dali, as pessoas buscam pelo café também fora do lar. Ali foi onde o mercado conheceu novos profissionais como baristas e torrefadores, assim como novos métodos de preparo, já na terceira onda.

Qualidade e sustentabilidade

Atualmente, se fala muito em um momento de transição da terceira para a quarta onda do café: a busca pela qualidade, algo que o Brasil também conseguiu atender e vem se destacando nos principais mercados internacionais.

Além da qualidade do café, as práticas sustentáveis na lavoura também se tornaram cada vez mais importantes aos olhos do mercado. Com este movimento, foi comum o surgimento de instituições reguladoras, como grupos de certificações e projetos que dão direcionamento a adoção de maneiras sustentáveis de produção e condução de uma propriedade rural.

Entre as ações dentro do contexto sustentável da cafeicultura estão a preservação de mata nativa, conservação dos recursos naturais, práticas de reflorestamento, entre outros. Assim, entendendo seu papel na responsabilidade ambiental e social, a produção cafeeira do Brasil também vem se tornando um destaque neste meio.

É também necessário que se reconheça o trabalho de ponta a ponta realizado pelo setor. O Dia Nacional do Café é uma data que merece ser comemorada em todos os elos dessa cadeia que trazem prosperidade nas áreas onde estão inseridos, é um universo de oportunidades e que está buscando se aprimorar para seguir atendendo um mercado que é cada vez mais exigente, mas que vem reconhecendo as particularidades de um café que só se produz por aqui.