O Norte de Minas tem ganhando força na agricultura com apoio da irrigação e da tecnologia. A região, próxima da divisa com a Bahia, tem se tornado um polo cafeeiro apresentando novas variedades de café em lavouras produtivas, graças a projetos tecnológicos, irrigação sistemática e uso da mecanização.
O território de clima seco com índices de chuva que chegam a ser menor que 400 mm em determinadas épocas do ano e com índice pluviométrico de 600 a 900 mm ao ano, dribla as condições com ajuste do recebimento da água por meio da irrigação e de tratos culturais racionais, os quais resultam em altos níveis de produtividade.
A nova região cafeeira tem como os principais produtores, os municípios de Águas Vermelhas, Berizal, Taiobeiras e Ninheiras. Com altitudes entre 700 e 900 metros, os solos apresentam bom nível de argila em uma vegetação de mata seca e terras plano-onduladas, propiciando a mecanização e a profissionalização da cafeicultura nas terras do sertão.
Além da irrigação por pivô, em algumas lavouras, nota-se a plantação de mogno africano para arborização dos cafeeiros, com plantio a 4 metros das plantas. O ambiente sombreado favorece o equilíbrio entre as temperaturas elevadas (entre 22 e 24ºC) e o crescimento do cafeeiro, que devido ao clima, cresce o ano todo, auxiliando na produtividade.
Na região, o café de origem arábica tem a Catuaí como principal variedade plantada, no entanto, estudos demonstram bom desempenho da variedade Catucaí Amarelo e da variedade Arara, variedades que apontam tanto boa pontuação nas bebidas quanto tolerância à ferrugem e maturação fora do momento adequado.
Apesar da tecnologia levar ao sertão a possibilidade da produtividade e permitir o avanço da cafeicultura pelo país, o custeio anual da cultura no Norte de Minas se mostra mais elevado que em outras áreas tradicionais, devido à necessidade da irrigação, tratos culturais e preparo dos grãos. Contudo, mesmo assim, o polo cafeeiro no Norte do maior estado produtor de café segue avançando.