Na semana que vem, em 20 de março, o Brasil entrará oficialmente no outono, uma transição marcante para a cafeicultura nacional. Durante essa estação, o sol estará diretamente sobre a linha do equador, resultando na diminuição gradual da radiação solar no hemisfério sul. Essa mudança sazonal traz consigo uma redução nas temperaturas, proporcionando um ambiente mais propício para o processo de maturação dos frutos do café.
O outono é um período crucial para a cafeicultura brasileira, pois é quando os frutos iniciam sua jornada de maturação, que se estende até meados de agosto, variando conforme a região, altitude e práticas de manejo. As temperaturas mais amenas caracterizam um clima ideal para esse processo, pois favorecem o aproveitamento energético das plantas, refletindo diretamente na qualidade e quantidade da produção.
Em 2024, algumas regiões experimentaram uma florada precoce, indicando que a maturação dos frutos já ocorreu em algumas plantações. No entanto, as expectativas apontam para um retorno às condições climáticas normais neste ano, especialmente com o enfraquecimento do fenômeno El Niño.
Durante o outono, é comum a passagem de frentes frias pelo litoral do país, podendo ocasionar chuviscos, especialmente nas regiões norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Na Zona da Mata, espera-se um tempo parcialmente nublado, enquanto no Cerrado, Mogiana e Garça, prevê-se um clima mais seco. No Sul de Minas, a tendência é de sol entre nuvens ao longo da estação.
O início do outono marca não apenas uma mudança de estação, mas também o começo de uma fase crucial para a cafeicultura brasileira. Nesse período, os produtores enfrentam uma série de desafios, sendo os obstáculos climáticos um dos mais significativos devido à sua imprevisibilidade.
A adaptação às condições climáticas é fundamental para garantir uma colheita eficiente e de qualidade. A umidade é um fator chave nesse processo, pois pode influenciar diretamente o perfil sensorial do café. Regiões com alta umidade, muitas vezes ocasionadas por chuvas frequentes, tendem a produzir cafés com características distintas, como o qualidade Rio, com nuances fenólicas. Por outro lado, um clima mais seco proporciona aos produtores maior controle sobre as práticas pós-colheita, favorecendo a produção de cafés com qualidades sensoriais mais refinadas.
Nesse contexto, é essencial que os produtores estejam atentos às informações climáticas e às tendências locais para enfrentar com mais facilidade os desafios que surgem durante a colheita. O conhecimento sobre o clima da região e a capacidade de adaptação são recursos valiosos para garantir o sucesso na produção de café, assegurando não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos grãos colhidos.
Portanto, o início do outono não só marca uma mudança de estação, mas também o início de um período de intenso trabalho e dedicação nas lavouras brasileiras, onde os produtores precisam estar preparados para enfrentar os desafios que o clima apresenta, buscando sempre aprimorar suas práticas e técnicas para garantir a excelência na produção de café.
Leia mais:
Projeto Mutua: Resultados do Primeiro Grupo de Cafeicultores
Veja os resultados do primeiro grupo de cafeicultores do Projeto Mutua-Matas e Nascentes, uma iniciativa da Atlantica Coffee para impulsionar a sustentabilidade e a cafeicultura de impacto positivo: Leia Mais
Ondas de Calor e os Impactos na Cafeicultura Brasileira
As ondas de calor intensas podem trazer consequências às lavouras de café, entenda como: Leia Mais
*Este artigo tem como único objetivo fornecer informações de fontes internas e públicas, válidas na data de sua divulgação. Não tem como finalidade orientar os destinatários a tomada de qualquer decisão, sendo estas, portanto, de exclusiva responsabilidade do Espectador. Fica o Grupo Montesanto Tavares eximida de qualquer responsabilidade advinda de prejuízos diretos ou indiretos.